sábado, 6 de março de 2010
Corvo
# 18
É a paisagem soando a tiros,
o entardecer do momento
em que a Primavera amadurece.
Retrato súbito onde o nosso rosto
aparece
como
um fantasma assustado na
direcção
de uma outra vida.
Corvo
# 17
Uma romã púrpura entre arbustos
que um céu perfeito, alinhado
, recebe vigoroso. E atento. Para sempre.
Tudo exalta a vida do futuro
que será igual à de outrora:
o redondo descanso da flor redonda.
Corvo
# 16
Eis-nos diante de um fogo extinto.
O tempo não levou a
, dentro das nossas mãos, nascer
como crianças
um tesouro.
Os nossos olhos estão postos em altares
onde antiquíssimos frutos eram
dados sorrindo,
como crísticas oferendas.
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