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segunda-feira, 21 de março de 2011

Satã




13.

Quem vê nos astros roteiros da vida futura
; quem cata em búzios outra coisa de divinatório 
que no búzio não seja o som do mar; OU
, ainda, quem,
em lâminas de papelão supõe algo
mais legível do que os títeres estáticos nelas impresso; OU
, ainda, quem,
meneia a cabeça em nãos e sins ao solavancar de um pêndulo... poderá julgar tudo, querer tudo para as suas cubagens
extra-humanas mas mais não deixa de ser que
uma porteira citadina à fala com as comadres, fazendo da esfregona e das chinelas um oráculo rubro da sua mal-decência.
Não desconfio da existência influente de feiticeiros, magos, lamas
, padres, damas-de-companhia, nem mesmo de Deus quando
se obriga a trazer Luz aonde governa a cerração. Pois, para que arriscasse vacilar, teria de provar que não viviam. Na realidade,
até já me atravessei com Deus e com Damas-de Companhia.
Mas... com franco sortilégio, só me prostro perante uma utopia
: a daqueles sábios que suportando acesa uma fogueira,
julgam que é ela mesma o Sol oriente.
®