domingo, 25 de abril de 2010
Abril começa hoje!
No dia que hoje lembramos, neste dia em nos é dever dizer Obrigado, relembremos que a Liberdade jamais está garantida, que a Revolução é um processo permanente de equação sobre nós mesmos. Abril começa hoje.
Obrigado Otelo, porque ainda vale a pena!
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Corvo
Convento da Cartuxa
# 29
Chegará o tempo em que os anjos
lhe tocarão o corpo e lhe
fecharão os olhos num toque
misericordioso.
Borboletas orientais virão.
E. Ele
lhes sorrirá voando
cego e em despedida
aos dias curtos que durante
vidas
abraçou.
# 30
Nem uma palavra. Disse-
-lhe o mestre depois da oração.
Ficou só, no templo
, silencioso e concentrado
nos peixes-pintados-nas-paredes.
Reparou depois nas flores: o altar.
Sentiu as mãos fundirem-
-se uma
na outra e tentou levantar-se.
O corpo. Imobilizado não respondeu.
As flores e os peixes-pintados-nas-paredes
moviam-se. O templo movia-se!
Nem uma palavra!
# 31
– Por fim –
a sua pele transformou-se.
Primeiro, num tom avermelhado,
caracteres compondo palavras mágicas
apareceram inscritos nas asas.
.......Depois
, 1
triângulo radioso, verde e escuro,
desenhou-se na fronte.
Estava pronto para levitar
e ver do céu
– por fim –
a cidade onde morreria, um dia
.......feliz.
sábado, 3 de abril de 2010
Corvo
# 27
Nenhum objecto se olvidou de
cravar
os dedos na criança à beira do mar.
E então veio a lufada de orações
, como se abrisse portas no céu,
e a lua tudo penetrasse. As feridas.
Os desgostos. Nenhum
objecto se olvidou da criança à beira
do ar quando tudo começou.
# 28
E desejaria levantar-se.
Desejaria abrir as mãos tão devagar
sobre as paisagens
que se enchem de água que não
desse por nada e que as paisagens não
dessem por nada.
Desejaria um milagre natural
que fizesse a sua desordem
presidir a um pensamento
de amor interior:
Fazer a melancolia chover.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Corvo
# 25
Duas cortinas azuis esboçam um
movimento
ligeiro, imperceptível.
Durante meses via-se pela janela
o correr ruidoso do Inverno.
Agora, deitado na cama, ele
repara de soslaio
no começo violento da Primavera.
O que desejam, flores, serem amantes
delicadas dos dias mais longos?
# 26
Serão verdadeiramente necessárias
tantas lágrimas? Serão verdad
iramente necessários tantos riscos
? Não estaremos
já
suficientemente gastos para morrer
tantas
, tantas,
vezes?
Subscrever:
Mensagens (Atom)