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domingo, 15 de agosto de 2010

Satã






#8


Praia das Maçãs

Os meus poemas são curvas no pensamento.
São ramais de tudo o que sou e
negam com toda a realidade a força do que pareço.
Os meus poemas são o húmus das coisas feias
e frágeis que habitam a natureza –, E digo isto porque
os meus poemas nunca são naturais. São
extensões de uma feridade que me subjuga a pele como
uma febre fúnebre poderia toldar os sentidos subtis dos olhos.
O meu pensamento é a linha paralela dos meus poemas.

Frederico Mira George