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domingo, 6 de janeiro de 2008

manhã inteira # 37

cerro os dedos. com os olhos. sigo um fio-de-prumo –

MESTRE Luiz Pacheco

Morreu esta madrugada o MESTRE Luiz Pacheco. Passou a vida na Miséria, e até na prisão, em consequência da sua radicalidade e luta pela literatura livre. Morreu na Miséria apesar de um texto seu, «COMUNIDADE», valer 800 euros nos alfarrabistas. Depois da morte de Cesariny, ficamos reduzidos a dois grandes Mestres irrepetíveis: Herberto Helder, poeta, Vitor Silva Tavares, editor. Quando o Tempo os levar podemos fechar a porta da literatura portuguesa. E ainda bem, porque não os merecemos. Sendo portugueses só a morte os pode honrar. De esmolas viveram e vivem. Na morte, ao menos, não terão de pedir dinheiro.