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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Satã



















#11


Como não há Sol nos meus olhos
, procuro na névoa branca que os cobre
um máximo de luz que me permita ler.
Lendo, os meus olhos ficam tão claros
que mesmo aqueles que me julgam de olhar
sépia, vêem em mim azul nascente a fitá-los.
Mas, o que eu leio, não são livros ou jornais,
nem tão pouco versos ou linhas amorosas.
Frente aos meus olhos desfilam caracteres que
nem os deuses sabem ordenar. Por isso o meu olhar
brilha e brilhante é a luz que vejo espelhar.

Frederico Mira George