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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

sábado, 15 de dezembro de 2007

manhã inteira # 23

¿que sopro, que verbo? um minuto antes as mãos tinham gelado –

A pedra de um novo templo vindo de longe



manda-me o João

Igreja de planta circular na Carolina do Sul, destruída durante um bombardeamento da Marinha Federal Americana em plena Guerra Civil.
Modelo dos novos templos da Igreja Católica Liberal

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

CONVITE

ALTERAÇÃO DE DATA



Por erro de impressão, a data do convite que seguiu para o lançamento do livro YESHUA, AS MULHERES DE JESUS, de Frederico Mira George, não está correcta.

O lançamento desta obra decorrerá no dia 20 de Dezembro (quinta-feira), às 18:30, na Livraria Byblos (Amoreiras Square), com apresentação de Miguel Portas.

Segunda-feira receberá um novo convite com os dados correctos.



Por este incómodo pedimos as nossas desculpas.



manhã inteira # 21

um cavalo num dia obscuro. a alma ascendeu –

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

domingo, 9 de dezembro de 2007

sábado, 8 de dezembro de 2007

sábado, 1 de dezembro de 2007

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Para João Lemos um Poema


Desenho de João Lemos

LUA SELENE
para o joão lemos

saibam que nas noites mais duras de évora
há,
pelos campos,
gente oculta que anda.
romeiros de uma nova roma.
peregrinos de uma nova jerusalém.
cobertos com escuros mantos
empunhando adagas flamejantes.
só uma estrela os guia.

saibam que nas noites mais duras,
nos campos de évora, há anjos que andam.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

domingo, 11 de novembro de 2007

Íntima Fracção




«às vezes você quer ir a um lugar onde todos saibam o seu nome». assim começava a canção de abertura do programa televisivo «aquele bar»

como quem cumprimenta toda a gente, volto a encontrar-me «rumo ao sul» no espaço esotérico entre a virtualidade do computador e o sonho do éter_
como quem procura o amplexo da telefonia reencontro a «íntima» na fracção da noite – francisco amaral – pouco para dizer, muito para escutar, tudo para sentir.
daqui ouço o murmúrio de uma legião de ouvintes rumo à amada rádio. a sétima legião da beleza – logo a seguir…

gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXXIX a XL

XXXIX serão precisos muitos meses, talvez anos, para saber o que está a matar as abelhas _ os apicultores não sabem […] […] ninguém sabe _ mas dizem as escrituras sagradas que quando as abelhas e as andorinhas nos abandonarem é porque nos céus se iniciou .....a grande revelação: XL kohan_ o mestre declarou ter chegado o momento do pequeno aprendiz partir sozinho. já lhe tinha dado todos os ensinamentos e revelado todas as práticas. _ . «agora tu» _ agora eu _ «não me deves pedir mais conselhos. nem te deves lembrar de mim. pensa como se me tivesses assassinado, e, se for necessário, não hesites, mata-me já» .....passou-lhe para a mão um bastão, uma adaga e mergulhou:

gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXXII a XXXVIII

XXXII xerazade aos quarenta anos, só aos quarenta anos leio as noites da arábia _ mil e uma _ simbade numa barca bate-me à porta e pede suave .....um lugar com limos para dormir: XXXIII sê livre como uma pincelada japonesa. ocupa de negro o lugar do falecido ..........irmão ..........cristo verás como todas as flores .....brotarão .....na tua campa: XXXIV a sua santidade o brilho, o décimo quarto brilho da minha janela _ eu presto homenagem. a sua santidade o vidro, o segundo da terceira janela _ eu presto homenagem. a sua santidade sua santidade, primeira sua santidade do meu brilho vitrio , eu .....presto homenagem: XXXV se agora me dissessem ser eu o autor d’a «a voz humana», palavra de honra que acreditava. acreditava da mesma maneira que acredito, quando me dizem, que foi jean cocteau a escrevê-la. ..........fosse eu ou j+c ..........pela linha desse terrível telefone .....soaria o mesmo disparo inevitável: XXXVI o teu nome é jaguar e és um búfalo [sobrevivente entre a multidão, sem dúvida mas um búfalo] _ dono de um jornal de província, excluído da manada, tentando insistentemente escrever romances. o que não seria tarefa difícil assim conseguisses pegar com as patas a tua minúscula .....montblanc: XXXVII não sei como hei-de responder à amabilidade da senhora que serve aqui às mesas. é gentil e encontrar gentileza nas pessoas que servem às mesas dos cafés é tão raro… coisa digna de uma gratidão a que não sei ..................................responder. atrás dela no balcão .....reluz um prato de queijadas: XXXVIII como sempre existiu, o corpo policial existe e com as mesmas características com que existia no tempo em que sabíamos que ele existia. estamos à sua mercê _ não falo de policias de giro desses que envergam fatos de sopeira _ há uns outros, os ratos, os que erguem espadas ao céu para que os anjos sejam impedidos de passar. mas os anjos, os meus, lutam sem tréguas e ganham .....empunhando espadas flamejantes:

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXVI a XXXI

XXVI tinha dois macacos voadores,_dois pisa-papéis ..........(comiam aveia antes de adormecer), tinha um vaso com trevos de oito folhas; o cão que vinha ao meu chamado, […]tinha canetas e desenhos em mente[,,,] agora estas coisas ficaram depositadas .....na memória do jardim: XXVII o segredo está no sapato _ na paz final nas farpas. palavras. palavras. palavras. como em hamlet, sob um sol prateado, estendida e morta flutuando nas águas da comporta .....brilham grisalhos os cabelos de Virginia Woolf: XXVIII deixaram secar a fonte d’onde corriam peixes deixaram secar os peixes já não há asas nos convés dos navios perguntam-me _ ¿ porquê e não lhes sei ...........(aos meninos) ...........dizer .....uma palavra: XXIX hoje é o último dia em que posso estar num café e escrever, hoje é o último dia de dinheiro para o café, para os poemas é o dia infeliz que por mim, só por mim .....adiava: XXX nunca mais quero dormir _ nunca mais nunca mais quero dormir, ¿hã, não torno a repetir quero sono sono imenso daquele de que ninguém desperta e ter um nome belo e lapidar flores em volta e o choro de alguém à noite numa cidade que eu não conhecesse .....mas se chamasse paris: XXXI quando, às vezes _ em noites muito escuras, ou muito claras [não as sei distinguir] _ me sinto um cordeirinho e vou chorar para uma cama com lençóis muito lavados e a cheirar a óleo de lavanda, passa-me o todo o medo, sinto .....uma roda de anjos e sou feliz:

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXIII a XXV

XXIII o casal soube do meu sacerdócio. como quem compreende tudo pediram- -me que os baptizasse. como quem com preende tudo, baptizei-os. «as palavras do ritual diziam tudo»_ pensei «reverendo, esqueceu-se da parte das alianças» .....disseram à saída: XXIV um pássaro. um pássaro com três cores. 3 riscas verticais,., do bico à cauda. cauda sim! .....na minha cabeça pousou um tibetano alado: XXV ou a folha de papel é branca e a tinta é da china ou me engano muito. .....só um pincel japonês pode desfazer esta dúvida:

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Into Great Silence - Philip Groening

gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXI a XXII

XXI tentei acertar o relógio. vezes sem ...................conta e ele parado. sem conserto possível não sei porquê mas tenho ganho um amor especial a esta máquina .....que marca a hora exacta duas vezes por dia: XXII revoltaram-se as águas a terra. caiu tudo, pássaros gatos, pequenos rouxinóis re voltaram-se os ares .....caiu tudo, pequenas asas:

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Nanni


Projecto Gráfico de João Lemos

gotas caem, dispersam-se sozinhas - XIII a XX

XVIII o dragão entrou. fez disto a casa dele. como um morcego a quem ninguém liga bateu com a cabeça nas paredes até que o candeeiro o encandeeirou .....«coisas de dragão sem mãe» .....gritou o meu pai: XIX um monge um leão uma caveira uma vela a pena e o papel_ são jerónimo enfim numa re produçãozinha a branco e azul .....são jerónimo inteiro numa .....reprodução mínima a branco e azul: XX querida lâmpada_ venho por este meio, dizer-te que a luz foi cortada. já não há dinheiro nem nos cofres da mamã – de resto a mamã nunca teve dinheiro nos cofres a mamã tinha era cofres – .....com cordiais saudações, teu:

gotas caem, dispersam-se sozinhas - XIII a XX

XVIII o dragão entrou. fez disto a casa dele. como um morcego a quem ninguém liga bateu com a cabeça nas paredes até que o candeeiro o encandeeirou .....«coisas de dragão sem mãe» .....gritou o meu pai: XIX um monge um leão uma caveira uma vela a pena e o papel_ são jerónimo enfim numa re produçãozinha a branco e azul .....são jerónimo inteiro numa .....reprodução mínima a branco e azul: XX querida lâmpada_ venho por este meio, dizer-te que a luz foi cortada. já não há dinheiro nem nos cofres da mamã – de resto a mamã nunca teve dinheiro nos cofres a mamã tinha era cofres – .....com cordiais saudações, teu:

domingo, 28 de outubro de 2007

gotas caem, dispersam-se sozinhas - XII a XVII

XII não é um gato. não é um peixe. mas arde.......quando .....olha: XIII kohan_ como o olho do velho santo e sábio mestre vejo-me para o passado como , a «pincelada única» de shitao que nunca .....serei: XIV um tritão negro, rebuçados de mentol (… o cigarro cai-me da boca enquanto ..................o pincel marca a folha branca…), um círculo vermelho é desenhado com compasso_no centro uma mosca de magníficos .....olhos roxos, cai: XV coitado do canário – com tanta fome prendeu a cabeça entre as grades da gaiola estando a alpista mesmo ali em frente do outro lado da prisão numa alpisteira d’ouro «destino cruel o dos canários humanos!» poderia ter dito gil vicente: XVI porque me olhas ..........................¿faca sabes que não me podes matar. eu sei que não te poderei matar,,, .....¿porque simulas enfrentar-me: XVII resignada salamandra venenosa. bebeu a água que lhe foi dada e não a q eu preci sava. bebeu e depois chorou .....desejou com ardência ser mulher… _____… inverter o jogo:

domingo, 21 de outubro de 2007

gotas caem, dispersam-se sozinhas - I a XI

I a seta disparou-se sozinha. caí em alto mar tudo é único e .....gigante: II afogo-me. afogo-me. afogo-me. a fogo .....me: III ruído. escuro. sente-se o dia. há um plano subaquático para me despertar. pa ra me .....desapertar: IV as asas apareceram-me no sonho. o cão dormia na minha cama. o cágado, o cágado estava longe, mas... _____...são raphael no sol nocturno: V tigre. no ataque senti rasgões na pele. .....um tigre amoroso: VI quando a abelha caiu no aquário, o meu primeiro impulso foi sal vá-la na morte. mas parei dentro d’água o peixe e a abelha desenharam círculos, coreografados, como se todos os dias fosse comum a essa abelha e a esse peixe (vermelho) dançarem .....no aquário: VII as asas que me esperam no espaço do coração são pequenas rosas azuis pequenas rosas azuis pequenas rosas azuis .....pequenas .....rosas .....azuis: VIII talvez não goste de escrever. talvez não goste de desenhar. talvez não goste de pintar talvez goste. talvez goste. .....talvez o poema. é tão difícil explicar: IX abriu-se uma janela e o frio entrou. trovoada pedras coloridas chovendo em todas as direcções marcou-se assim um dia feliz: X vejam aqui está! o primeiro anjo. vejam como ele toca a cabeça ............................da mãe do mundo com o seu anel de ónix .....negro... negro: XI de novo a seta .....agora em chamas:

sábado, 20 de outubro de 2007

começa aqui um novo espaço de SAUDADES DE ANTERO



DE PÉ (Saudação a Antero)
José Mário Branco


Força é reconhecer
Que a morte, quando escolhida
É uma espécie de antever
A vida dentro da vida
É parecida
Só parecida
Com a vida por viver

Num jardim quadrangular
À vista do oceano
Pode perder-se o olhar
Na praia do desengano
É humano
Sobre-humano
É ter um canto p'ra salvar

De pé meu canto não te rendas
Saúda o mestre das oferendas
Canta, canta, coração
Que o poeta só te dá o que lhe dão

De pé memória do futuro
Há sempre luz ao fim do escuro
Numa ilha só morre o que lá está
O que conta no que foi, é o que será

É bem pobre condição
Render-se ao desespero
E ler só morte na mão
Direita de Antero
O que eu quero
Porque quero
É negar a negação

Há uma ausência feroz
Que veste a nossa mágoa
E esquecemos que é por nós
Que a fonte deita água
Mas eu trago-a
Mas eu trago-a
É a razão da minha voz