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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

poemas dispersos

margem esquerda vê-se o mar – torres com bandeiras nos dedos contorcem-se teclas de piano vindas de fora num desencantamento de almas: margem direita estreitos veios de navegação cega mar e rio deambulando entre as margens quando um caixão se levanta trazendo dentro corpos de pedras e à noite pescadores musicais pescam ao som desenfreado das âncoras soando guitarras no extremo das canas

sábado, 25 de outubro de 2008

poemas dispersos

ele viu o Rio e os peixes contorcendo-se em curvas estreitas de Terra Pousou os cotovelos num imaginado colo maternal : Ele mesmo um peixe atormentado de marés fluviais....ou talvez uma rocha em sólida e precisa rota

domingo, 12 de outubro de 2008

poemas dispersos

caiu aos meus pés a âncora de um mínimo navio onde marinheiros nus rogavam pela salvação da terra e imploravam na aspereza do convés a devolução ao mar às águas que tinham conhecido Marinheiros nus implorando aos meus pés : solo indiano sem história – a minha coragem nada fiz – corpo inerte – com o meu fato negro apenas deixei cair a espada

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

poemas dispersos

da terra para o fogo da sepultura para a luz da treva para o globo solar .........deus viu e viu que era boa a obra criada levantou-se a criatura e andou Nas ruas foi visto e muito amado até que voou e já sem força nos membros caiu : vasto areal de cidades ........deus viu e viu que era boa a obra A cova trabalhada

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

poemas dispersos

onde nasce a tua fonte? Cava Cava Cava um lençol de água e sobre a tua capa desliza e passa o caracol sentado que te esmaga Vê depois os rios (que também são belos) E as flores (que não são menos) imagina pastores cheios de flautas Cava Cava Cava e sobre a Terra serás asa

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

poemas dispersos

olhos vermelhos Água quente de novo aquela Água quente : mãos coladas ao cabelo (um cofre numa ilha) olhos vermelhos engolindo letras ; palavras muito usadas e a noite aberta aos sons meticulosos dos cigarros Num lago de olhos vermelhos aquela Água quente como um cofre solitário ou dedos colados ao rosto