quinta-feira, 30 de outubro de 2008
poemas dispersos
margem esquerda
vê-se o mar – torres com bandeiras
nos dedos contorcem-se teclas de piano
vindas de fora num desencantamento
de almas: margem direita
estreitos veios de navegação cega
mar e rio deambulando entre
as margens quando um caixão se levanta
trazendo dentro corpos de pedras
e à noite
pescadores musicais pescam ao som
desenfreado das âncoras soando
guitarras no extremo das canas
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
sábado, 25 de outubro de 2008
poemas dispersos
ele viu o Rio e
os peixes
contorcendo-se em curvas
estreitas de Terra
Pousou os cotovelos num
imaginado colo maternal
: Ele mesmo um peixe atormentado
de marés fluviais....ou
talvez
uma rocha em sólida e precisa rota
domingo, 12 de outubro de 2008
poemas dispersos
caiu aos meus pés
a
âncora de um mínimo
navio onde marinheiros nus
rogavam pela salvação
da terra e
imploravam
na aspereza do convés
a devolução ao mar
às águas que tinham conhecido
Marinheiros nus implorando
aos meus pés
: solo indiano sem história –
a minha coragem
nada fiz – corpo inerte –
com o meu fato negro
apenas deixei cair a espada
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
poemas dispersos
da terra para o fogo
da sepultura para a luz
da treva para o globo solar
.........deus viu
e viu que era boa
a obra criada
levantou-se a criatura
e andou Nas
ruas foi visto e muito amado
até que voou e já sem
força nos membros caiu
: vasto areal de cidades
........deus viu
e viu que era boa
a obra A cova trabalhada
terça-feira, 7 de outubro de 2008
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
poemas dispersos
onde nasce a tua fonte?
Cava Cava Cava
um lençol de água
e sobre a tua capa
desliza e passa
o caracol sentado
que te esmaga
Vê depois os rios (que também são belos)
E as flores (que não são menos)
imagina pastores cheios de flautas
Cava Cava Cava
e sobre a Terra serás asa
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
poemas dispersos
olhos vermelhos Água
quente
de novo aquela Água
quente
: mãos coladas ao cabelo
(um cofre numa ilha)
olhos vermelhos engolindo letras
; palavras muito usadas
e a noite aberta aos
sons meticulosos dos cigarros
Num lago de olhos vermelhos
aquela Água quente
como um cofre solitário
ou dedos colados ao rosto
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