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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

poemas dispersos

primeiro o sol depois devagar as flores – as aves – o canto sobre a mesa a caneta imóvel o papel sem curvas nem marcas ? o sol sim a percorrer-me os olhos e a cegá-los : ver como um cego : ouvir como um cego : tocar como um cego sobre a mesa a caneta imóvel e uma romã aberta uma seiva púrpura – o sol? sim! que fazia reflectir os frutos juntos na forma de coração único de uma romã ao fim de um tempo um fio-de-dor percorreu-me os cabelos , a testa, os polegares – aqui estou vivo-inerte a percorrer campos numa estreita ala de convento

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