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domingo, 2 de março de 2008

o caderno feliz #1

#1 gosto de táxis como um anjo das suas asas gosto de ir e olhar para a frente e para trás e para os lados gosto da total irresponsabilidade de me deixar conduzir pelas ruas ao volante de um homem que não conheço num barco ainda mais desconhecido costumo pousar o chapéu sobre os joelhos o guarda-chuva no chão sim porque eu ando sempre de guarda-chuva às vezes suo e é aí que medito na alma na metafísica na pobre filosofia dos homens é aí que tenho pena de todas as almas e de todos os metafísicos e de todos os pobres filósofos é aí que imagino que há sol e flores e peixes em lagos algures na casa de alguém e provavelmente no mar sim é nos táxis que desobedeço a deus e me sinto numa missa de incontáveis hóstias de todas as cores/

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