domingo, 30 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
domingo, 23 de dezembro de 2007
sábado, 22 de dezembro de 2007
manhã inteira # 30
duas carruagens em alta velocidade. pela janela espreito. eu nas duas. dois comboios voando em sentidos opostos colados um ao outro –
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
manhã inteira # 27
os olhos fechados. caído num poço. de terra. sinto as mãos dormentes e estou feliz –
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
manhã inteira # 25
tudo muito rápido. subir as escadas. o falcão a escutar-me. no alto senti. em fim. a prata –
domingo, 16 de dezembro de 2007
sábado, 15 de dezembro de 2007
A pedra de um novo templo vindo de longe

manda-me o João
Igreja de planta circular na Carolina do Sul, destruída durante um bombardeamento da Marinha Federal Americana em plena Guerra Civil.
Modelo dos novos templos da Igreja Católica Liberal
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
CONVITE
ALTERAÇÃO DE DATA
Por erro de impressão, a data do convite que seguiu para o lançamento do livro YESHUA, AS MULHERES DE JESUS, de Frederico Mira George, não está correcta.
O lançamento desta obra decorrerá no dia 20 de Dezembro (quinta-feira), às 18:30, na Livraria Byblos (Amoreiras Square), com apresentação de Miguel Portas.
Segunda-feira receberá um novo convite com os dados correctos.
Por este incómodo pedimos as nossas desculpas.
Por erro de impressão, a data do convite que seguiu para o lançamento do livro YESHUA, AS MULHERES DE JESUS, de Frederico Mira George, não está correcta.
O lançamento desta obra decorrerá no dia 20 de Dezembro (quinta-feira), às 18:30, na Livraria Byblos (Amoreiras Square), com apresentação de Miguel Portas.
Segunda-feira receberá um novo convite com os dados correctos.
Por este incómodo pedimos as nossas desculpas.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
manhã inteira # 19
nadavam a voar as folhas de um inverno inteiro. à frente delas um cão acelerou o passo –
domingo, 9 de dezembro de 2007
manhã inteira # 18
enfim, as chuvas. primeiras gotas no lago e algures. num papel o redondo vocábulo –
sábado, 8 de dezembro de 2007
FREDERICO MIRA GEORGE
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
YESHUA - As Mulheres de Jesus - Romance
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
sábado, 1 de dezembro de 2007
manhã inteira # 10
aquele anjo cruzou os braços junto ao coração. abriu os olhos. disse: eu, eu sou um anjo –
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
Para João Lemos um Poema

Desenho de João Lemos
LUA SELENE
para o joão lemos
saibam que nas noites mais duras de évora
há,
pelos campos,
gente oculta que anda.
romeiros de uma nova roma.
peregrinos de uma nova jerusalém.
cobertos com escuros mantos
empunhando adagas flamejantes.
só uma estrela os guia.
saibam que nas noites mais duras,
nos campos de évora, há anjos que andam.
domingo, 25 de novembro de 2007
sábado, 24 de novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
sábado, 17 de novembro de 2007
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
domingo, 11 de novembro de 2007
Íntima Fracção

«às vezes você quer ir a um lugar onde todos saibam o seu nome». assim começava a canção de abertura do programa televisivo «aquele bar»
como quem cumprimenta toda a gente, volto a encontrar-me «rumo ao sul» no espaço esotérico entre a virtualidade do computador e o sonho do éter_
como quem procura o amplexo da telefonia reencontro a «íntima» na fracção da noite – francisco amaral – pouco para dizer, muito para escutar, tudo para sentir.
daqui ouço o murmúrio de uma legião de ouvintes rumo à amada rádio. a sétima legião da beleza – logo a seguir…
gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXXIX a XL
XXXIX
serão precisos muitos meses, talvez
anos, para saber o que está a matar
as abelhas _ os apicultores não sabem […]
[…] ninguém sabe _ mas dizem as escrituras
sagradas que quando as abelhas e as
andorinhas
nos abandonarem é porque nos céus se iniciou
.....a grande revelação:
XL
kohan_
o mestre declarou ter chegado o momento
do pequeno aprendiz partir sozinho.
já lhe tinha dado todos os ensinamentos e revelado
todas as práticas. _ . «agora tu» _ agora eu _ «não me
deves pedir mais conselhos. nem te deves lembrar de mim.
pensa como se me tivesses assassinado, e, se for necessário,
não hesites, mata-me já»
.....passou-lhe para a mão um bastão, uma adaga e mergulhou:
gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXXII a XXXVIII
XXXII
xerazade aos quarenta anos, só
aos quarenta anos leio as noites
da arábia _ mil e uma _ simbade
numa barca bate-me à porta e pede
suave
.....um lugar com limos para dormir:
XXXIII
sê livre como uma pincelada japonesa.
ocupa de negro o lugar do falecido
..........irmão
..........cristo
verás como todas as flores
.....brotarão
.....na tua campa:
XXXIV
a sua santidade o brilho, o décimo quarto
brilho da minha janela _ eu presto homenagem.
a sua santidade o vidro, o segundo
da terceira janela _ eu presto homenagem.
a sua santidade sua santidade, primeira
sua santidade do meu brilho vitrio , eu
.....presto homenagem:
XXXV
se agora me dissessem ser eu o autor
d’a «a voz humana», palavra de honra que acreditava.
acreditava da mesma maneira que acredito,
quando me dizem,
que foi jean cocteau a escrevê-la.
..........fosse eu ou j+c
..........pela linha desse terrível telefone
.....soaria o mesmo disparo inevitável:
XXXVI
o teu nome é jaguar e és um búfalo
[sobrevivente entre a multidão, sem dúvida
mas um búfalo] _ dono de um jornal de província,
excluído da manada, tentando insistentemente
escrever romances. o que não seria tarefa difícil
assim conseguisses pegar com as patas a tua minúscula
.....montblanc:
XXXVII
não sei como hei-de responder à amabilidade
da senhora que serve
aqui
às mesas.
é gentil e encontrar gentileza nas pessoas que
servem às mesas dos cafés é tão raro… coisa
digna de uma gratidão a que não sei
..................................responder.
atrás dela
no balcão
.....reluz um prato de queijadas:
XXXVIII
como sempre existiu, o corpo policial existe
e com as mesmas características com que existia
no tempo em que sabíamos que ele existia.
estamos à sua mercê _ não falo de policias
de
giro
desses que envergam fatos de sopeira _ há uns
outros, os ratos, os que erguem espadas ao céu
para que os anjos sejam impedidos de passar.
mas os anjos, os meus, lutam
sem tréguas e ganham
.....empunhando espadas flamejantes:
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXVI a XXXI
XXVI
tinha dois macacos voadores,_dois pisa-papéis
..........(comiam aveia antes de adormecer),
tinha um vaso com trevos de oito folhas;
o cão que vinha ao meu chamado,
[…]tinha canetas e desenhos em mente[,,,]
agora estas coisas ficaram depositadas
.....na memória do jardim:
XXVII
o segredo está no sapato _ na paz final
nas farpas. palavras. palavras. palavras.
como em hamlet, sob um sol prateado,
estendida e morta flutuando nas águas da comporta
.....brilham grisalhos os cabelos de Virginia Woolf:
XXVIII
deixaram secar a fonte d’onde corriam peixes
deixaram secar os peixes
já não há asas nos convés dos navios
perguntam-me _ ¿ porquê e não lhes sei
...........(aos meninos)
...........dizer
.....uma palavra:
XXIX
hoje é o último dia em que posso
estar num café e escrever, hoje é
o último dia
de dinheiro para o café, para os poemas
é o dia infeliz que por mim, só por mim
.....adiava:
XXX
nunca mais quero dormir _ nunca mais
nunca mais quero dormir, ¿hã, não torno a repetir
quero sono
sono imenso daquele de que ninguém desperta
e ter um nome belo e lapidar
flores em volta e o choro de alguém à noite
numa cidade que eu não conhecesse
.....mas se chamasse paris:
XXXI
quando, às vezes _ em noites muito escuras,
ou muito claras [não as sei distinguir] _ me
sinto um cordeirinho e vou chorar para uma
cama com lençóis muito lavados e a cheirar a óleo de lavanda,
passa-me o todo o medo, sinto
.....uma roda de anjos e sou feliz:
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXIII a XXV
XXIII
o casal soube do meu sacerdócio.
como quem compreende tudo pediram-
-me que os baptizasse. como quem com
preende tudo, baptizei-os. «as
palavras do ritual diziam tudo»_ pensei
«reverendo, esqueceu-se da parte das alianças»
.....disseram à saída:
XXIV
um pássaro. um
pássaro com três cores. 3 riscas verticais,.,
do bico à cauda. cauda sim!
.....na minha cabeça pousou um tibetano alado:
XXV
ou a folha de papel é
branca e a tinta é da china
ou me engano muito.
.....só um pincel japonês pode desfazer esta dúvida:
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
gotas caem, dispersam-se sozinhas - XXI a XXII
XXI
tentei acertar o relógio.
vezes sem
...................conta
e ele parado. sem conserto possível
não sei porquê
mas tenho ganho um amor especial
a esta máquina
.....que marca a hora exacta duas vezes por dia:
XXII
revoltaram-se as águas
a terra. caiu tudo, pássaros
gatos, pequenos rouxinóis re
voltaram-se os ares
.....caiu tudo, pequenas asas:
terça-feira, 30 de outubro de 2007
gotas caem, dispersam-se sozinhas - XIII a XX
XVIII
o dragão entrou. fez disto
a casa dele. como um morcego
a quem ninguém liga bateu com
a cabeça nas paredes até que
o candeeiro
o encandeeirou
.....«coisas de dragão sem mãe»
.....gritou o meu pai:
XIX
um monge um leão uma caveira uma vela
a pena e o papel_
são jerónimo enfim numa re
produçãozinha a branco e azul
.....são jerónimo inteiro numa
.....reprodução mínima a branco e azul:
XX
querida lâmpada_
venho por este meio, dizer-te que
a luz foi cortada. já não há
dinheiro nem nos cofres da mamã
– de resto a mamã nunca teve
dinheiro nos cofres
a mamã tinha era cofres –
.....com cordiais saudações, teu:
gotas caem, dispersam-se sozinhas - XIII a XX
XVIII
o dragão entrou. fez disto
a casa dele. como um morcego
a quem ninguém liga bateu com
a cabeça nas paredes até que
o candeeiro
o encandeeirou
.....«coisas de dragão sem mãe»
.....gritou o meu pai:
XIX
um monge um leão uma caveira uma vela
a pena e o papel_
são jerónimo enfim numa re
produçãozinha a branco e azul
.....são jerónimo inteiro numa
.....reprodução mínima a branco e azul:
XX
querida lâmpada_
venho por este meio, dizer-te que
a luz foi cortada. já não há
dinheiro nem nos cofres da mamã
– de resto a mamã nunca teve
dinheiro nos cofres
a mamã tinha era cofres –
.....com cordiais saudações, teu:
domingo, 28 de outubro de 2007
gotas caem, dispersam-se sozinhas - XII a XVII
XII
não é um gato. não é um peixe.
mas arde.......quando
.....olha:
XIII
kohan_
como o olho do velho santo e sábio mestre
vejo-me para o passado como
, a «pincelada única» de shitao
que nunca
.....serei:
XIV
um tritão negro, rebuçados de mentol (…
o cigarro cai-me da boca enquanto
..................o
pincel marca a folha branca…), um círculo
vermelho é desenhado com compasso_no
centro uma mosca de magníficos
.....olhos roxos, cai:
XV
coitado do canário – com tanta fome prendeu
a cabeça
entre as grades da gaiola estando
a alpista mesmo ali em frente
do outro lado da prisão numa alpisteira d’ouro
«destino cruel o dos canários humanos!»
poderia ter dito gil vicente:
XVI
porque me olhas
..........................¿faca
sabes que não me podes matar. eu
sei que não te poderei matar,,,
.....¿porque simulas enfrentar-me:
XVII
resignada salamandra venenosa. bebeu
a água que lhe foi dada e não a q
eu preci
sava. bebeu e depois chorou
.....desejou com ardência ser mulher…
_____… inverter o jogo:
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
domingo, 21 de outubro de 2007
gotas caem, dispersam-se sozinhas - I a XI
I
a seta disparou-se sozinha. caí
em alto mar tudo é único e
.....gigante:
II
afogo-me. afogo-me. afogo-me.
a
fogo
.....me:
III
ruído. escuro. sente-se o dia.
há
um plano subaquático para me despertar. pa
ra me
.....desapertar:
IV
as asas apareceram-me no sonho.
o cão dormia na minha cama.
o cágado, o cágado estava longe, mas...
_____...são raphael no sol nocturno:
V
tigre. no
ataque senti rasgões na pele.
.....um tigre amoroso:
VI
quando a abelha caiu no aquário, o
meu primeiro impulso foi sal
vá-la na morte. mas parei
dentro d’água o peixe e a abelha
desenharam círculos, coreografados,
como se todos
os dias fosse comum a essa abelha e
a esse peixe (vermelho) dançarem
.....no aquário:
VII
as asas que me esperam no espaço do
coração são pequenas rosas azuis
pequenas rosas azuis
pequenas rosas azuis
.....pequenas
.....rosas
.....azuis:
VIII
talvez não goste de escrever. talvez
não
goste de desenhar. talvez não goste de pintar
talvez goste. talvez goste.
.....talvez o poema. é tão difícil explicar:
IX
abriu-se uma janela e o frio entrou.
trovoada
pedras coloridas chovendo em todas
as
direcções
marcou-se assim um dia feliz:
X
vejam aqui está! o primeiro anjo.
vejam como ele toca a cabeça
............................da
mãe do mundo com o seu anel de ónix
.....negro... negro:
XI
de novo a seta
.....agora em chamas:
sábado, 20 de outubro de 2007
começa aqui um novo espaço de SAUDADES DE ANTERO

DE PÉ (Saudação a Antero)
José Mário Branco
Força é reconhecer
Que a morte, quando escolhida
É uma espécie de antever
A vida dentro da vida
É parecida
Só parecida
Com a vida por viver
Num jardim quadrangular
À vista do oceano
Pode perder-se o olhar
Na praia do desengano
É humano
Sobre-humano
É ter um canto p'ra salvar
De pé meu canto não te rendas
Saúda o mestre das oferendas
Canta, canta, coração
Que o poeta só te dá o que lhe dão
De pé memória do futuro
Há sempre luz ao fim do escuro
Numa ilha só morre o que lá está
O que conta no que foi, é o que será
É bem pobre condição
Render-se ao desespero
E ler só morte na mão
Direita de Antero
O que eu quero
Porque quero
É negar a negação
Há uma ausência feroz
Que veste a nossa mágoa
E esquecemos que é por nós
Que a fonte deita água
Mas eu trago-a
Mas eu trago-a
É a razão da minha voz
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