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sábado, 17 de janeiro de 2009

fora-de-mercado - editores

morta que está a poesia vive e ressoa como acto e facto de resistência o poema Em cada caractere fluem antiquíssimos toques de sino vindos das torres mais altas lugares aonde só as aves nidificam e tudo vêem como um olho gigante no centro de um triângulo de ouro Cada face do triângulo é uma afiada lâmina de combate se o olho tudo vê cada ângulo cada vértice corta-nos as horas em finas passagens de medo e sobressalto Aí onde ninguém chega nem mesmo aqueles que sendo humanos voam esconde-se o poema e do poema nascem as águias reais que só alguns vencedores podem ver Nas noites fundas o poema ressurge como um relâmpago seco sem som mas com uma intensa e profícua vibração de odores sabores olhares tactos e paladares Dá-se então o encontro inefável com tudo o que está para além da vida dos vivos e da morte dos mortos Em cada caractere o sol brilha no seu meridiano somos então meninos doces envoltos numa tristeza que só a infância conhece Imaginam-se histórias contos romances encantados reais e proféticos O poema torna-se um sangue escuro junto à terra perto do mar sob o céu ao levar do vento De todos os ventos Uma rosa crucificada Sim o poema é o acto e facto de ainda se poder ser resistente e vitorioso Vêm-me agora à memória humanos de amor que em cadeia nos ligam a um infindável caminho in-verso hélder fiama cesariny caeiro de outras eras viegas só no seu único nome mário camões perdido num oceano alheio num poema atlântico e salomão o velho e cansado elefante que um dia um rei português decidiu oferecer a outro rei de um país frio caminhando em passos curtos de amarradas patas por correntes De outros cantos mário dionísio eduarda em antes que a noite venha álvaro lapa de pinturas escritas post-mortem carlos de oliveira sophia al berto variações de antónio Lá nas torres sineiras as águias nidificam os poemas que hão-de entregar quando o dia nascer Godard de vivre sa vie visconti de uma morte de cal em veneza Antes da palavra final estaremos vivos Caídos por terra sim mas vivos resistindo e vencendo Todos nós que viemos de longe Que vamos para longe aí onde nos vamos encontrar.

1 comentário:

Anónimo disse...

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