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sábado, 24 de maio de 2008

poemas dispersos

a chuva que cai não é chuva que cai há mastros que se inclinam e escotilhas e abelhas a toda a roda a vegetação adensa-se aqui e ali e os poetas que cantam isto também não são poetas porque se fossem poetas só olhariam a chuva que cai os mastros que se inclinam e as escotilhas por onde as abelhas querem passar da mesma maneira estes dias mais longos de uma primavera húmida e sem vento não são os dias longos de uma primavera húmida e sem vento nem o amor que se sente é amor se fosse amor era só amor e não um amor que se sente tudo é uma réplica da verdadeira condição de se ser natural e poeta no veio longo e lúcido – estranhamente lúcido – de uma rocha que uma vez escalada nos abriria a porta das cavernas douradas onde na realidade nunca fomos

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