terça-feira, 27 de maio de 2008
poemas dispersos
encontrei-me contigo num jardim
de verão onde chovia
vi-te primeiro estavas leve
abençoada e clara
viste-me a seguir cor-de-rosa
como uma flor japonesa
de antiquíssima lembrança
rezámos junto ao lago
concentrados nos peixes e nas folhas
rezámos a tudo a quanto um ser pode rezar
até que um de nós
já não me lembro qual
tirou o revólver e disparou sobre o outro
caímos de semblante sereno sobre a terra
deixando que os pássaros nos cantassem
é bom lembrar a nossa morte
sobretudo porque nesse dia estávamos
lá os dois e aquele tiro nos eternizou
foi a primeira vez que sorrimos
com a calma e a tranquilidade
dos grandes poetas
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